Você é fã de Kill Bill, já ouviu “Woo Hoo” e, a cada menção à música, o filme te vem à cabeça? Tamo junto!
Já parou para pensar quem diabos está por trás daquele surf rock maluco que gruda no cérebro? Pois é: a banda japonesa que virou febre em Kill Bill é a The 5.6.7.8’s, um trio tão singular que parece ter saído de um universo paralelo onde o rockabilly encontrou o punk e resolveu tomar saquê. A maioria do público só descobriu a banda porque Quentin Tarantino fez o que ele faz de melhor: ressuscitar pérolas da cultura pop que ninguém estava prestando atenção.
O trio existe desde os anos 80 e tem uma história muito mais rica do que a participação no filme. Vem saber mais!

Quem São As 5.6.7.8’s?
A banda nasceu em Tóquio no final dos anos 80, quando o Japão estava fervendo de grupos independentes, fanzines e um underground cheio de garage rock, surf, rockabilly e punk. Mas elas eram um ponto fora da curva:
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Banda só de mulheres.
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Som cru e vintage.
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Estética totalmente inspirada nos anos 50 e 60, com saias rodadas, franjinhas e topetes.
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Postura de girl group dos anos 60, mas tocando como uma banda de garage barulhenta dos anos 70.
O som que elas fazem é uma mistura de surf rock, rockabilly e garage punk. É um barulho delicioso de guitarra com microfonia (sim, com microfonia!) e atitude lá em cima! Se você der play em qualquer faixa delas, percebe uma coisa de cara: não é nostalgia gratuita. É energia crua, viva e sem filtro.
Formação
A banda é formada pela guitarrista e vocalista Yoshiko “Ronnie” Fujiyama, acompanhada da irmã Sachiko Fujii na bateria e Akiko Omo no baixo. É importante notar que outras baixistas variaram ao longo das décadas.
O Mistério do Nome
O nome da banda, de acordo com biógrafos e críticos, seria um tributo às décadas que moldam o som delas: 50, 60, 70 e 80. Não existe uma entrevista definitiva com a banda dizendo isso palavra por palavra, mas é o consenso mais sólido entre as publicações especializadas. E, convenhamos, faz total sentido quando você escuta o som que elas fazem, com aquela vibe de som do passado, mas de um jeito completamente autoral.

Como Tarantino Encontrou a Banda (e Por Que Ele Pirou)
Quentin Tarantino é um arqueólogo do esquisito. Ele cava fundo, acha coisas que estavam enterradas e coloca no topo da cultura pop como se sempre tivessem estado lá: discos obscuros, bandas perdidas, filmes esquecidos. E numa viagem ao Japão, ele deu de cara com um vinil das 5.6.7.8’s.
De acordo com o site Riot Fest, Tarantino descobriu a banda em um brechó em Tóquio. O som estava rolando na loja e ele pediu para comprar o CD que estava tocando. Como o atendente se recusou a vender o disco que era usado para tocar na loja, ele chamou o gerente e ofereceu o dobro do preço de varejo. Um fanfarrão!
Nos bônus do DVD de Kill Bill Vol. 1, há filmagens da banda tocando “ao vivo” durante as gravações. Parece que as cenas no restaurante foram filmadas durante um show de verdade das 5.6.7.8’s! Geralmente, as cenas musicais em filmes são playback ou ensaiadas, mas o clima daquela cena icônica deve-se, em parte, à música da banda rolando durante a chacina da Mamba Negra (adoro essa cena!). Claro que, posteriormente, deve ter havido mixagem e edição para garantir a qualidade do som.

O Impacto de Kill Bill na Carreira Delas
Antes de Kill Bill, as 5.6.7.8’s eram queridinhas da cena garage, principalmente na Europa. Depois do filme, o mundo inteiro quis saber: “Quem são essas japonesas malucas que tocam surf rock como se tivessem nascido em 1956?”.
Elas ganharam:
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Exposição global.
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Trilha sonora em comerciais.
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Entrevistas.
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Turnês maiores.
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Um novo ciclo de fãs, especialmente fãs de cinema e cultura pop.
Por Onde Começar a Ouvir?
Se você só conhece “Woo Hoo”, bora abrir esse leque!
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“Woo Hoo”: O hino. Simples, repetitiva e viciante. Tem o DNA da banda inteirinho ali.
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“I Walk Like Jayne Mansfield”: Rockabilly puro com a pegada “dançante e sexy sem pedir desculpa”.
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“I’m Blue”: Mais garage rock, mais sujeira, mais cara de bar lotado às três da manhã.
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“Motorcycle Go!!!”: Surf punk japonês com energia suficiente para abastecer uma cidade pequena.
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“Bomb the Twist”: O tipo de música que te coloca num filme do Tarantino mesmo sem câmera.
Mais Curiosidades de Fã
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“Woo Hoo” não é delas — é um cover da banda The Rock-A-Teens, de 1959.
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É a única banda a fazer parte da trilha sonora e também de uma cena de um filme de Tarantino.
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Mesmo depois do sucesso, elas continuaram lançando discos independentes, sem grandes gravadoras.
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A Yoshiko é colecionadora compulsiva de vinil. O estilo dela veio diretamente dos discos originais que ela garimpava.
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Tarantino mandou uma carta escrita à mão para agradecer a participação delas no filme.
- Você tá ligado que Tarantino tem fetiche por pés, né? Pois bem, elas estão descalças na cena do show.
O Momento Histórico que Estava Faltando
O público brasileiro nunca teve tanta proximidade com a The 5.6.7.8’s quanto deveria. A banda teve pouco público, zero turnês e quase nenhuma divulgação por aqui.
Até agora.
Depois de décadas sendo cultuadas por fãs de garage rock, surf rock e, claro, fãs de Kill Bill, a The 5.6.7.8’s finalmente desembarca no Brasil em dezembro de 2025.
Sim, você leu certo: é a primeira vez que elas vêm oficialmente tocar aqui.
Datas Confirmadas
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São Paulo – 12 de dezembro – Cine Joia
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Belém (PA) – 14 de dezembro – Festival Psica
Para quem acompanha cultura pop, isso é grande. Mesmo com toda a estética retrô, The 5.6.7.8’s nunca soam velhas. Sabe por quê? O tipo de rock que fazem é atemporal. É aquele que funciona em qualquer época, em qualquer lugar, em qualquer pista de dança com gente minimamente viva.

Se você gosta de cinema cult, cultura pop alternativa e aquele estilo retrô que não tenta parecer moderno, a estética das 5.6.7.8’s fala direto com você.
E claro… O universo de TARANTINO é praticamente um território sagrado dentro da Vudu!.
Tanto que temos camisetas da banda E camisetas do filme — tudo lá em:
